Em 1944, Crato sedia sua primeira exposição agropecuária. Criada pelo prefeito Wilson Gonçalves e pelo cunhado, Pedro Felício Cavalcante, a feira objetivava dar um impulso na criação de rebanhos no Cariri, que não tinha tradição pecuária, e melhorar as condições da agricultura regional. Prova disso é que o próprio secretário de Agricultura de Fortaleza, Rui de Almeida Monte, hesitou em apoiar o evento.
Dessa forma, ao lado da monocultura da cana-de-açúcar, voltada para a produção da rapadura (atividade vigente na época), poderia se desenvolver uma atividade pecuária mais racional. Considerada uma atividade secundária e subsidiária da produção de cana, principalmente a pecuária de corte, ela seria estimulada nas áreas menos centrais e nobres do Cariri. Procurar melhorá-la era também uma preocupação que se justificava diante de um mercado em expansão com o crescimento das cidades litorâneas.
Portanto, no dia 21 de junho do mesmo ano, Dia do Município, o prefeito baixou portaria nomeando a primeira comissão central da feira, que teve como primeiro presidente o professor Pedro Felício, que era também um criador tradicional. No dia 4 de dezembro, o interventor federal, Menezes Pimentel, acompanhado pelo secretário de Agricultura de Fortaleza e pelo prefeito do Crato, Wilson Gonçalves, abriu a I Exposição Agropecuária do Crato, no local onde atualmente está situada a reitoria da Universidade Regional do Cariri.
No mesmo dia, Menezes Pimentel inaugurou o campo de fruticultura e puericultura do Cariri, onde hoje é o Parque de Exposições da ExpoCrato. A primeira feira, de cunho regional, teve 500 animais inscritos das mais diversas raças. O pós-guerra e a situação econômica do País ocasionaram um intervalo de nove anos entre a primeira e a segunda feira. No centenário da cidade do Crato, em 1953, ocorreu a segunda edição no antigo Parque Municipal, onde hoje localiza-se a Praça Alexandre Arraes.
A partir daí, começou a ser anual, ocorrendo no local atual do Parque de Exposições. Em 1959, a Exposição Regional Agropecuária do Crato foi elevada à categoria de Exposição Centro-Nordestina. Um ano depois, o evento ganhou o nome que conserva até os dias de hoje: Exposição Centro-Nordestina de Animais e Produtos Derivaddos.
O motivo dessa ascensão foi o crescimento de importância que a região adquiriu ao longo desses anos.
A partir da década de 60, ela estendeu seu foco. Além de negociar animais, os estandes ligados à indústria e comércio começaram a despontar. Naquele momento, além de ampliar os mercados com uma agricultura e pecuária modernas, que atendessem à demanda dos centros urbanos, a industrialização crescia. A região pretendia associar-se a esse processo fazendo com que o Cariri continuasse um centro de referência para o interior nordestino.
Paralelamente, a importância social da feira também surgiu nessa época. Como julho é mês de férias, a época proporcionava o reencontro de membros das famílias que moravam em outros locais. O evento passou a ser também um grande reencontro familiar, o que chamou a atenção de turistas e visitantes para a região. A exposição tornou-se e ainda hoje é uma festa do povo, de pessoas que têm pouco a ver com o objetivo principal da feira, mas que dão ao parque a aparência de uma grande festa popular.
Com a quantidade de público cada vez maior, o espaço a cada ano passa por mudanças, muitas vezes ampliações, uma das maiores quando a festa popular passou a ter seus shows terceirizados, reservando melhores atrações musicais a preços mais populares, reunindo a cada noite público bastante significativo, principalmente na parte inferior do Parque.
As primeiras apresentações musicais aconteceram em 1960, com os grupos folclóricos. Um dos primeiros artistas a realizar show no parque foi Luiz Gonzaga.
A troca de experiências entre os criadores da região do Cariri e de outras partes do Nordeste demonstram os avanços que o rebanho bovino tem obtido, modernizando cada vez mais as condições de desenvolvimento deste setor, com experiências valorosas e tecnologia que não deixa a desejar a outras localidades do País.